segunda-feira, 25 de maio de 2009

Tempo Pontual das Sociedades Informatizadas


Retirado do site da USP

A informática é compreendida também como uma nova tecnologia da inteligência. É um meio de massa para a criação, comunicação e simulação do conhecimento. Para Levy isto não implica que haja uma essência imutável dos computadores. Pelo contrário, são produtos de uma conexão impensada, imprevisível, criadora de novas interfaces entre artefatos preexistentes e refundidos em nova estética tecnológica.
Apesar disso, considera que os programas tendem a um desenho cada vez mais conceitual, lógico e sintético. Por outro lado, exigem trabalho de equipe, interdisciplinares. "A nova escrita hipertextual ou multimídia estará mais próxima da montagem de um espetáculo do que da redação clássica, na qual o autor apenas se preocupava com a coerência de um texto linear e estático" (pág. 108)
Um CD-ROM exige diagramadores-artistas, analistas de sistemas, programadores, especialistas em áreas de conhecimento, etc.
A perspectiva é de que tais meios de informação venham, segundo Levy, a unificar o campo da comunicação. Televisão, cinema, imprensa escrita, informática e telecomunicações "veriam suas fronteiras se dissolverem quase que totalmente, em proveito da circulação, da mestiçagem e da metamorfose das interfaces em um mesmo território cosmopolita" (pág. 113).
Em termos de memória, há uma ampliação multiplicada em relação a todos meios sociais pré-existentes.
Os sistemas especialistas se constituem em programas de atualização permanente de tais memórias, ao mesmo tempo que viabilizam um acesso "navegado" com rapidez.
A memória é completamente objetivada em mecanismo automáticos, é separada do corpo e dos hábitos.
Neste sentido, é ante-sala do saber do indivíduo que se autonomiza frente à memória decorada. A verdade fatual deixa de ser um critério máximo para dar lugar à velocidade e operacionalização do conhecimento.
O tempo é remarcado. A idéia de tempo real dos informatas sintetiza esta recriação: "a condensação no presente, na operação em andamento". Para Levy, "por analogia com o tempo circular da oralidade primária e o tempo linear das sociedades históricas, poderíamos falar de uma espécie de implosão cronológica, de um tempo pontual instaurado pelas redes de informática." (pág. 115)
Ao contrário das visões pessimistas que vêem na informática o pressuposto de uma "utopia negativa", Levy costura uma visão de coexistência e repolarização das formas anteriores de comunicação e criação do saber com as novas tecnologias. A multimídia é uma síntese desta co-habitacão.
Neste sentido, a informática e o tipo de saber que gera corresponde ao conceito de pós-modernidade. O centro do saber, diz Levy, deixa de ser a construção da verdade e se desloca para critérios de pertinência específica, de tentativa e erro, de simulação e eficácia operacional. O ponto máximo destes processos simuladores são os programas de inteligência artificial, que pretendem simular as capacidades cognitivas humanas (a visão, a audição, o raciocínio, a atividade motriz).
As chamadas linguagens "orientadas a objeto" se constituem em outra criação de aperfeiçoamento dos processos simuladores (cada objeto de um determinado ambiente "age" conforme determinadas características; a "interação" entre eles gera simulações autônomas nestes ambientes).
Os atores sociais, desde que conectados a redes de informática, "dividem cada vez mais um mesmo hipertexto". As mensagens visam cada vez menos a universalidade temporal e espacial. Objetivam mais a eficácia localizada, construída entre os interagentes.
Este processo, acentua Levy, não tem rumo imperativo. As tecnologias intelectuais se desenvolvem através da multiplicidade. "Cada ator, desviando e reinterpretando as possibilidades de uso de uma tecnologia intelectual, atribui a elas um novo sentido" (pág. 146)
Como ilustração, o autor cita o microprocessador, feito inicialmente para guiar mísseis e depois incorporado ao computador pessoal.
Sem negar a existência de estruturas, Levy as condiciona como "provisórias, fluídas, distribuídas, moleculares, sem limites precisos". Isto é, não há estruturas " misteriosamente atuantes em detrimento de uma subjetividade que declarada ilusória ou subordinada" (pág. 149)
Neste sentido, assim como a técnica nada determina, a criação da técnica por nada é determinada. É um espaço de conflitos, de disputa do sentido, de composição singularizada pelos atores em suas interações.
Há, para Levy, a necessidade urgente de simplificar a atividade técnica-científica, como Maquiavel simplificou a atividade político-estatal. Para que a criação técnica seja incorporada por todos e por cada um, na perspectiva da tecnodemocracia.

Fontes: www.ead.fea.usp.br

Pensamento Lógico Científico


Retirado do Portal Ensinando

O pensamento lógico-científico tenta construir um sistema formal e matemático de descrição e explicação. Ele emprega a categorização ou a conceituação e as operações pelas quais as ategorias são estabelecidas, instanciadas, idealizadas e relacionadas umas às outras, a fim de formar um sistema.

Sua linguagem é regulada por necessidades de consistência e de não-contradição. Seu domínio é definido não apenas por elementos observáveis aos quais suas afirmações básicas se referem, mas também pelo pensamento lógico-científico tenta construir um sistema formal e matemático de descrição e explicação. Ele emprega a categorização ou a conceituação e as operações pelas quais as categorias são estabelecidas, instanciadas, idealizadas e relacionadas umas às outras, a fim de formar um sistema.

Sua linguagem é regulada por necessidades de consistência e de não-contradição. Seu domínio é definido não apenas por elementos observáveis aos quais suas afirmações básicas se referem, mas também pelo conjunto de mundos possíveis que podem ser gerados logicamente e testados contra os elementos observáveis - ou seja, é conduzido por hipóteses fundamentadas (Bruner, 1986/1997, p. 14).

Fonte: www.portalensinando.com.br

O Pensamento Primitivo


Retirado da Monografia "Da Pré-História à Pós-Escrita" dos Professores Mestres Clinio Jorge de Souza e Ady Arlene Amorim de Souza

Os instrumentos capazes de operar diretamente sobre a realidade imediata, desde os primitivos machados de pedra, como outros a que o homem recorre em suas relações simbólicas (fala, escrita e meios de comunicação) compõem o que Lévy (1993) denomina tecnologias intelectuais, que, em cada época, fornecem elementos para a leitura do mundo. A cada passo dado na criação e aperfeiçoamento dessas tecnologias, formas diferentes de perceber e de se expressar passam a predominar, sem que as anteriores desapareçam.

Para o homem primitivo, nômade, cuja percepção se encontrava diretamente ligada aos fenômenos da natureza, o tempo era concebido como circular, cíclico, e o espaço como aberto, em movimento. A função memória exigia do ser humano a constante reafirmação de valores e crenças, por meio da reiteração. A reprodução do conhecimento e das destrezas necessárias à produção associava-se aos ritos e à transmissão oral, sendo a criança educada principalmente por meio de recursos imitativos dos atos dos adultos e participação no próprio processo produtivo. A tarefa socializadora, em princípio, poderia ser cumprida por qualquer membro da comunidade. O próprio movimento dinâmico da vida cotidiana configurava um ambiente em que o aprendizado não requeria uma estrutura formal de transmissão que fosse além dos rituais já estabelecidos, o que caracteriza uma forma de comunicação pouco mediada.

Fonte: www.facecla.com.br/revistas/rece/trabalhos-num1/artigo01.pdf